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Aquaponia: do manual técnico ao campo — como transformar teoria em produção sustentável


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A aquaponia já deixou de ser novidade e se tornou realidade em várias regiões do Brasil. Mais do que uma técnica, ela representa uma nova forma de pensar a produção de alimentos: circular, integrada e ambientalmente responsável. O Manual de Aquaponia da UFGD traz informações valiosas para quem quer entender os fundamentos e colocar em prática um sistema equilibrado, seja em pequena ou grande escala.

O que é e de onde vem a aquaponia

A aquaponia é a integração entre a criação de peixes (aquicultura) e o cultivo de vegetais sem solo (hidroponia), em um sistema de recirculação da água. Os resíduos metabólicos dos peixes viram nutrientes para as plantas, que por sua vez filtram a água e devolvem ao tanque em boas condições.

No Brasil, a técnica ganhou força a partir de pesquisas acadêmicas — a Unicamp foi pioneira, e depois a UFGD passou a desenvolver estudos aplicados, incluindo modelos para pequenos produtores e projetos educacionais.

Modelos de sistemas: qual escolher?

Segundo o manual, existem duas formas principais:

  • Sistemas associados: peixes e plantas conectados diretamente, em um único circuito de água.

  • Sistemas dissociados: tanques de peixes e hortas funcionam em circuitos independentes, mas interligados por filtragem e controle, oferecendo mais estabilidade.

Além disso, os sistemas podem ser adaptados à escala de produção:

  • Pequena escala: ideal para quintais, escolas e projetos de ensino.

  • Média escala: voltada à agricultura familiar, com potencial de diversificação de renda.

  • Grande escala: sistemas comerciais, capazes de abastecer mercados e restaurantes.

Os segredos do equilíbrio

Para funcionar bem, a aquaponia depende de alguns elementos-chave:

  • Filtragem e decantador: garantem que sólidos não se acumulem e prejudiquem os peixes.

  • Biodigestor: transforma resíduos em biofertilizantes, aumentando a eficiência.

  • Oxigenação: fundamental para manter peixes e plantas saudáveis.

  • Controle de pH e nutrientes: assegura que a água esteja sempre em parâmetros ideais.

Produtividade: aquaponia x hidroponia

Estudos da UFGD mostram que, em termos de produção vegetal, a aquaponia pode ser tão eficiente quanto a hidroponia. A diferença é que, além das hortaliças, o produtor também colhe peixe, agregando valor e diversificando sua fonte de renda.

Outro ponto positivo é o uso racional da água: enquanto um sistema tradicional de piscicultura consome milhares de litros para produzir 1 kg de peixe, a aquaponia reduz esse consumo em até 90%, sem descarte de efluentes no meio ambiente.

Casos reais e o impacto no Brasil

A aplicação prática já aparece em vários cenários:

  • Unidades demonstrativas em universidades, aproximando alunos da prática sustentável.

  • Projetos em escolas, que ensinam ciência na prática e estimulam segurança alimentar.

  • Agricultura familiar, onde pequenos produtores encontram na aquaponia uma alternativa de renda com baixo custo de manutenção.

E como você já apresentou no Agrotins 2025 e na escola de Carmolândia, a tecnologia é capaz de dialogar tanto com o agronegócio quanto com comunidades locais e projetos educativos.

Conclusão: da teoria para o campo

O Manual de Aquaponia da UFGD mostra que não se trata de um sistema experimental, mas de uma tecnologia consolidada, pronta para ser expandida. Do quintal ao agronegócio, a aquaponia pode ser adaptada, promovendo segurança alimentar, renda e sustentabilidade.

Mais do que técnica, ela é um caminho para produzir mais, com menos impacto, e de forma integrada com o meio ambiente.


 
 
 

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